dez-2019
Produção de mudas em copinhos de papel
Neste artigo, ensinaremos como preparar copinhos de papel para a produção de mudas. Apesar de aparentemente frágeis, este copinhos são fáceis de fazer e apresentam muitas vantagens, como veremos a seguir.
Até a década de 1950, mudas de tomate, pimenta, pimentão, assim como outras solanáceas, eram produzidas em canteiros-sementeiras, às vezes repicadas e posteriormente plantadas no local definitivo com as raízes nuas. Desta forma, o transplante tinha que ser feito obrigatoriamente em dias nublados, sempre no período mais fresco do dia, e mesmo assim as perdas eram grandes e o desenvolvimento das plantas ficava prejudicado com tantas mudanças. Até que um agricultor, que plantava tomates, teve a feliz ideia de plantar as sementes em copinhos de papel. A partir daí, houve um aumento de produção entre 20% a 30%. Então vamos falar sobre esta formidável técnica.
Com esta técnica, temos quase todas as vantagens da semeadura direta no local definitivo, eliminando as desvantagens do plantio direto em grandes áreas. Não há danos as raízes, pois as mudas são levadas ao local de plantio dentro do próprio copinho. Com isto, elimina-se também riscos de contaminação. Não há necessidade de esperar dias nublados, ou períodos mais frescos para o plantio. Podemos fazer o transplante a qualquer hora. O “pegamento” das mudas é praticamente igual a 100%, ou bem próximo disto.
Nos copinhos, pode-se plantar qualquer tipo de hortaliça, plantas ornamentais, ervas medicinais, condimentos, etc. Existem algumas plantas que não aceitam transplantes, como o pepino, quiabo e outras. Com o uso dos copinhos, é possível, sem problema nenhum, fazer mudas destas plantas para posterior transplante. Em localidades de inverno rigoroso, pode-se fazer por exemplo mudas de quiabo numa estufa, para transplanta-las no inicio da primavera.
A única desvantagem dos copinhos (ao meu ver), é o trabalho de confecciona-los. Mas você verá que vale muito à pena, principalmente depois de um pouco de prática.
Para fazer os copinhos, separe de antemão os materiais. Você vai precisar de um cano plástico (PVC), com um diâmetro mínimo de 7 cm, e um comprimento entre 15 a 18 cm. Faça uma marca para que os copinhos fiquem com 10 cm de altura. Esta medida serve para hortaliças em geral. Caso queira, você poderá fazer outras marcas, em diferentes alturas, para outras variedades de plantas. Também vai precisar de tiras de jornal, ou outro papel biodegradável (não utilize papéis plastificados) para a confecção dos copinhos.
Com o copinho pronto e cheio de substrato, agora é só plantar as sementes.
O substrato para preencher os copinhos, podem ser de vários tipos e materiais, de acordo com a disponibilidade. Alguns exemplos.
- Uma parte de terra (peneirada) + 1 parte de composto orgânico
- Uma parte de terra + 1 parte de esterco curtido
- Uma parte de terra + 1 parte de húmus de minhoca (vermicomposto)
- Composto orgânico puro
Existem outras formulas. Tudo vai depender da variedade da planta, exigências nutricionais, tempo estimado que esta planta vai ficar no copinho entre outras variáveis.
Depois de prontos e semeados, os copinhos deverão ser colocados numa caixa de madeira, e irrigados regularmente. As irrigações deverão ser suficientes para manter o substrato sempre úmido, até o momento do transplante. As mudas deverão ser transplantadas no próprio copinho, pois as raízes perfurarão o papel facilmente, e logo este papel irá se decompor. No transplante tradicional, geralmente o momento ideal é quando as plantas tem duas folhas verdadeiras ou 10 cm. Com o uso do copinho, você poderá atrasar um pouco o plantio, deixando as mudas se desenvolverem um pouco mais se desejar, sem prejuízo para as plantas. Não esqueça de efetuar o raleio das mudas, preferencialmente com tesoura, para não perturbar as raízes, deixando apenas uma por copinho.
A partir do plantio, as mudas deverão receber os tratos culturais necessários para sua variedade ou espécie.
Fonte: Jardineiro.net
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