17
jan-2014

Como cultivar cactos ornamentais

Quando pensamos em cactos, campos áridos e secos nos vêm à mente. A associação não é por acaso, já que a família das cactáceas é originária de locais com pouca incidência de chuva, normalmente desérticos, ou de áreas que sofrem grandes períodos de estiagem, com solos arenosos e/ou rochosos.

No Brasil, os cactos são encontrados nas restingas da mata atlântica, no cerrado e na caatinga. Como resistem bem a ambientes estressantes, com falta de água e altas temperaturas, exigem pouca manutenção, rega e fertilização e são muito usadas como plantas ornamentais nas grandes cidades, pois possuem formas e cores exuberantes e lindas flores. “Jardins de cactos são modernos e atraem aves, já que a maioria das plantas possuem flores e frutos”, explica a paisagista Lidiane Piekarski.

A maioria das cactáceas apresenta crescimento muito lento e espinhos que não são venenosos, mas podem machucar. No entanto, para o paisagista Marcelo Belloto, que usa muitos cactos em seus jardins, a versatilidade dos espinhos (grandes e pontiagudos, ou pequeninos e numerosos, formando uma “penugem”) e o formato escultórico são os chamarizes da planta.

Os espinhos são a característica fundamental dos cactos: “resquícios” de folhas existentes há centenas de anos, as estruturas são adaptações aos ambientes a fim de diminuir a perda de água. Porém, há exceções, como as espécies Rhipsalis sp, que não apresentam espinhos, mas devem viver protegidas do sol.

 

Terra e água

Segundo o Prof. Dr. Roberto Jun Takane, autor do livro “Cultivo Técnico de Cactos e Suculentas Ornamentais” e coordenador da produção de cactos ornamentais por uma comunidade no Ceará (projeto Tejucactos), todos os cactos são plantas suculentas, porque em alguma parte de seu corpo reservam água para sobreviver. “A parte suculenta pode ser a folha, o caule, o rizoma ou a raiz, ou seja, todos os cactos são suculentas, mas nem todas as suculentas são cactos”, explica.

cactinho Mesmo que reservem água e sejam resistentes ao calor, os cactos como qualquer outro ser vivo não podem ficar sem água. Em casa, geralmente, as cactáceas devem ser regadas uma vez por semana ou a cada quinze dias. “Todavia, vasos internos podem precisar de água apenas uma vez por mês”, afirma Piekarski. A periodicidade depende do tamanho do vegetal, mas para não errar, a melhor e mais eficaz maneira de verificar a necessidade de rega é sentindo o substrato: se a terra estiver muito seca é hora de molhar.

Os cactos são plantas de sol pleno, mas altamente adaptáveis, podem viver dentro de casa sem problemas, desde que recebam luz. Como precisam de solo bem seco, é de vital importância manter o substrato bem drenado. Para isso, use areia e cascalhos misturados à terra. Esse cuidado garante porosidade e leveza ao substrato, importante, principalmente, nos jardins sujeitos a chuvas. O professor Takane alerta que o uso de substrato muito argiloso, como a popular “terra vermelha”, e que retenha muita água por muito tempo é prejudicial à planta, pois o encharcamento excessivo causa o apodrecimento das raízes e a morte do cacto.

No caso de jardins plantados em canteiros de locais como São Paulo, a paisagista Lidiane Piekarski recomenda que o terreno receba uma camada de drenagem composta por cerca de 30 cm de pedras ou argila expandida, para só depois receber a terra adubada misturada com areia lavada. “Se a região for muito úmida, o solo também pode conter um escoamento com dreno”, diz a paisagista. Esses cuidados específicos com a terra implicam na formação de um jardim desértico exclusivo para suculentas, com predomínio de cactos, pedras e areia.

 

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Vasos, adubos e podas

A adubação pode ser realizada com fertilizantes de longa durabilidade, conhecidos como de lenta liberação (geralmente nitrogenados e encapsulados), mas também com os orgânicos com regularidade mensal e em pequenas doses. Piekarski recomenda o uso de duas partes de terra adubada de boa qualidade com duas partes de areia lavada para ajudar no escoamento da água.

Segundo a paisagista existem cactos de todos os tamanhos, desde os mini até os de grande porte, e todos podem ser plantados em vasos, pois tendem a acompanhar o crescimento das raízes. “Se não há espaço no recipiente, a planta simplesmente para seu lento desenvolvimento. Porém, o ideal é que o vaso acompanhe o tamanho da planta, sendo trocado, assim como o substrato, anualmente”, recomenda.

A produtora e colecionadora de cactos, Rita Elias, indica a altura mínima de sete centímetros para os vasos de mini-cactos, com distância entre a planta e a borda do recipiente entre dois e três centímetros. Quando o transplante for desejado, envolva a planta em papelão ou várias camadas de jornal para facilitar o manejo. O novo vaso deve ser um terço maior que o anterior.

Os cactos também podem ser podados, mas se forem plantados em local adequado, considerando a dimensão da planta adulta, não há necessidade de podas. “Se houver demanda, corte deve ser feito em época de seca, não de chuvas”, afirma o professor Takane.

A reprodução pode se dar por sementes, propagação de brotos ou estaquia. Segundo Elias, muitas espécies globulares produzem brotos laterais em abundância e delas é possível fazer a divisão e replantio. “Cortamos os ramos laterais, esperamos cicatrizar o corte por 48 horas, na sombra, e depois efetuamos o plantio do ramo”, explica. Já a reprodução por sementes é muito mais trabalhosa, inclusive pela demora no crescimento.

 

Fonte: Uol Mulher

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